O que você deve saber sobre o novo relatório do IPCC! (AR6)

Em meio a eventos climáticos extremos, de magnitude global, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou, no mês de agosto de 2021, o novo relatório do grupo de trabalho I (AR6 – WGI), que dispõe sobre as bases físicas da ciência relacionada ao clima. A previsão é de que o planeta atinja em 2030, a marca de 1,5ºC de aumento na temperatura global. Saiba mais sobre esse relatório neste artigo.

Você sabe o que é o IPCC?

O IPCC foi estabelecido, em 1988, por uma ação conjunta entre a Organização Meteorológica Mundial (WMO)  e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). Desde aquela época já havia uma crescente preocupação acerca das mudanças do clima. O IPCC foi organizado em três grupos de trabalho: o grupo I, que como já mencionado, concentra-se nas bases físicas das mudanças climáticas; o grupo II, que avalia os impactos das mudanças climáticas e a vulnerabilidade dos sistemas ecológicos e sociais a essas mudanças; e o grupo III, que trabalha com a mitigação das mudanças climáticas. Há ainda, um quarto esforço de trabalho que atua na produção de material para subsidiar a elaboração de inventários de gases de efeito estufa. Importante lembrar que o Carbon Free Brasil ® segue os protocolos do IPCC para a medição de carbono.

O relatório divulgado em 9 de agosto de 2021 foi elaborado por 234 autores de 66 países distintos, contou com mais de 500 autores contribuintes, 36 revisores e mais de 14 mil estudos científicos foram revisados para sua elaboração. Uau! Um trabalho gigantesco e extremamente valioso!

O que diz o novo relatório do IPCC?
 

O novo relatório traz mensagens preocupantes e urgentes sobre o futuro do planeta e de todas as formas de vida que aqui existem e afirma: 

A menos que haja reduções imediatas, rápidas e em grande escala nas emissões de gases de efeito estufa, limitar o aquecimento a 1,5ºC pode ser impossível”. 

Isso significa que cumprir a meta do Acordo de Paris pode ser uma tarefa cada vez mais desafiadora. É nossa responsabilidade “lutar contra o tempo” para minimizar o impacto causado por nossas atividades, se não quisermos sofrer consequências ainda mais graves. O relatório reitera o quanto as atividades antrópicas estão relacionadas com as mudanças climáticas

É indiscutível que as atividades humanas estão causando mudanças climáticas, tornando eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor, chuvas fortes e secas, mais frequentes e severas“. 

Não faltam exemplos de eventos extremos registrados no ano de 2021: recordes de calor no Hemisfério Norte — 48ºC foram registrados no Canadá — enchentes na Europa, China e Índia, ondas de frio no Sul do Brasil, seca intensa no Brasil Central, enchente recorde na Amazônia, entre muitos outros. As mudanças climáticas são um problema em escala global e já estão afetando todas as regiões da Terra de diferentes maneiras. 

 

Cadastre-se para receber conteúdos e novidades sobre meio ambiente e sustentabilidade!

 

A temperatura do planeta já aumentou em média 1,1ºC

Os dados trazidos pelo novo relatório do IPCC mostraram que o planeta Terra já aqueceu em média 1,1ºC.  Isso torna-se ainda mais intenso sobre os continentes, onde a temperatura já aumentou 1,6ºC. Algumas previsões indicam que se nada for feito a temperatura do planeta subirá ainda mais, ocasionando sérios problemas como o aumento da frequência de eventos extremos, redução da precipitação em algumas partes do globo, — no Brasil isso ocorrerá principalmente na parte central do país — aumento do nível do mar, alteração dos ciclos hidrológicos, diminuição da umidade do solo, etc. Isso tudo afeta diretamente a agricultura, tornando ainda mais vulneráveis os nossos sistemas de produção e comprometendo a segurança hídrica e alimentar da população mundial.

Em relação ao nível do mar, o relatório concluiu que houve um aumento de 0,2 m entre os anos de 1901 e 2018. No entanto, o dado mais preocupante é que a taxa de aumento do nível do mar por ano triplicou! Entre 1901 a 1990 esta taxa era de 1,35 mm/ano. Porém, os cientistas declararam que entre 2006 e 2018 a taxa subiu para 3,7 mm/ano. Ou seja, é um aumento muito significativo, e o Brasil, país com uma extensa costa litorânea, tem muito a se preocupar já que os ambientes costeiros são mais vulneráveis a este tipo de mudança.

Agora é a hora de agir!

Apesar das mudanças climáticas serem um problema global e extremamente desafiador, não podemos desanimar! A hora de agir é agora! Precisamos reduzir nossas emissões de gases de efeito estufa imediatamente e mitigar os nossos impactos no meio ambiente. Apesar de algumas mudanças serem irreversíveis, outras ainda podem ser interrompidas se limitarmos as emissões, principalmente de metano e gás carbônico. Isso trará benefícios enormes, não só para nós, seres humanos, mas também para outras espécies e para os ecossistemas como um todo. 

Se reduzirmos e compensarmos nossas emissões, os benefícios ultrapassam as questões climáticas: teremos mais qualidade de vida, menos poluição do ar e de nossas cidades, mais segurança hídrica e alimentar e estaremos ajudando na preservação da vida em nosso planeta. Porém, é preciso que isso seja feito com senso de urgência. 

É preciso que sejam estabelecidas políticas públicas que levem as mudanças climáticas em consideração, e que os tomadores de decisão escutem a ciência e pensem a longo prazo, pois o futuro da humanidade depende dessas decisões.

E você? Como vai agir hoje pela sustentabilidade?

Fale conosco para tornar sua organização Carbon Free!

Posts relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *