Em abril de 2025, a Organização Marítima Internacional (IMO) aprovou um acordo histórico que impõe uma taxa global de carbono no transporte marítimo.
Acima de tudo, a iniciativa é um avanço relevante na regulamentação ambiental, o que reforça o compromisso internacional com a transição para uma navegação mais limpa e sustentável.
O que muda com o novo acordo?
Aprovado pela Organização Marítima Internacional (IMO), o tratado visa alcançar emissões líquidas zero até 2050.
Para atingir essa meta ambiciosa, o acordo estabeleceu padrões obrigatórios para combustíveis e mecanismos de precificação de carbono – onde quem polui mais, paga mais.
As principais medidas incluem:
- Implementação prevista para 2028: Formalmente adotadas em outubro de 2025 , as medidas entrarão em vigor em 2028.
- Taxa mínima de US$ 100 por tonelada de CO₂ emitida: Aplica-se a navios com mais de 5.000 toneladas de arqueação bruta, que representam aproximadamente 85% das emissões do setor.
- Criação de um fundo climático global: Os recursos arrecadados serão destinados a apoiar países em desenvolvimento e a financiar tecnologias de baixo carbono.
O objetivo do acordo, portanto, é alinhar os transportes marítimos aos compromissos do Acordo de Paris – com foco na neutralidade de carbono.
Impactos para o Brasil e para o setor empresarial
Para países em desenvolvimento, como o Brasil, que dependem fortemente do transporte marítimo, a nova taxa global impactou as empresas, pois influencia nos custos logísticos e na cadeia de suprimentos. Isso também afeta os consumidores, uma vez que inevitavelmente os preços dos fretes e dos produtos tendem a subir.
Nesse sentido, empresas brasileiras inseridas nas cadeias globais precisam iniciar o mapeamento de suas emissões logísticas e investir em soluções de baixo carbono para evitar a perda de competitividade.
Por outro lado, o Brasil pode se beneficiar ao se posicionar como um exportador de baixo carbono, um diferencial muito valorizado nos mercados internacionais e que pode impulsionar hubs de inovação sustentáveis .
Tecnologia e inovação na descarbonização do transporte marítimo
A execução das medidas tomadas no acordo exigirá das empresas investimentos em tecnologias e combustíveis alternativos, principalmente em novas adaptações na infraestrutura portuária que precisará acompanhar e apoiar a transição sustentável.

Navio cargueiro. Fonte: Interesting Engineering.
Portanto, as empresas que utilizam a via marítima precisam colocar em prática ações de descarbonização, como:
- Adotar combustíveis sustentáveis.
- Melhorar a eficiência energética operacional
- Utilizar créditos de carbono para compensar as emissões residuais
A obrigatoriedade de contabilizar emissões no transporte internacional representa um avanço importante na rastreabilidade de carbono nas cadeias de valor. Essa medida estimula a adoção do escopo 3, cada vez mais exigido em inventários de GEE por investidores e órgãos reguladores.
Integração com estratégias ESG e inventários GEE
O novo acordo da IMO retrata um avanço significativo no combate às mudanças climáticas, exigindo das empresas uma adaptação urgente. Desta forma, neste novo contexto regulatório, o inventário de emissões de GEE deixa de ser uma boa prática voluntária e torna-se instrumento essencial de gestão.
Hoje, há diversas alternativas para reduzir as emissões de carbono e alinhar empresas às exigências do mercado e às metas globais.
A Carbon Free Brasil atua com soluções voltadas à gestão e compensação dessas emissões, apoiando organizações que desejam construir estratégias ESG mais completas e compatíveis com padrões internacionais.
Em um cenário onde as emissões passam a ser taxadas globalmente, contar com um inventário confiável é o primeiro passo para liderar com responsabilidade e visão de futuro.
Empresas que mensuram com precisão suas emissões — inclusive indiretas — estão mais preparadas para mitigar riscos e responder às novas demandas de mercado.