A maquiagem ambiental persiste: apenas 15% dos produtos sustentáveis têm certificação confiável.
O paradoxo das promessas verdes
No Brasil, apenas 15% dos produtos que se dizem sustentáveis contam com uma certificação confiável. O dado é do Relatório Greenwashing da Market Analysis Brasil, que mostra um cenário preocupante: a maioria das alegações ambientais é classificada como “greenwashing”.
A maquiagem verde, como é chamada, engana o consumidor, mina a confiança nas marcas e freia o avanço de práticas empresariais genuinamente sustentáveis. Neste artigo, vamos explorar:
- O que é greenwashing e como ele se manifesta;
- Quais setores mais cometem esses erros;
- O comportamento do consumidor brasileiro diante dessas práticas;
- E como as empresas podem se destacar com responsabilidade climática real.
O que é Greenwashing e por que ele persiste?
Greenwashing ocorre quando uma empresa utiliza linguagem e visuais sustentáveis sem de fato adotar práticas ambientais concretas. A maioria das alegações “verdes” encontradas nas prateleiras brasileiras se enquadra em pelo menos um dos sete tipos de maquiagem verde identificados no estudo.
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- Incerteza: termos vagos como “eco” ou “verde” sem explicação clara;
- Falta de prova: ausência de certificações ou fontes verificáveis;
- Irrelevância: destacar o óbvio ou o que já é exigido por lei;
- Custo ambiental camuflado: esconder impactos negativos do produto;
- Culto a falsos rótulos: selos que não existem ou não são reconhecidos;
- Mentira: alegar algo que é comprovadamente falso;
- Menos pior: se comparar com o pior cenário para parecer melhor.
A incerteza lidera o ranking, presente em quase 6 de cada 10 produtos com discurso ambiental. Outros dados importantes mostram que metade dos produtos que cometem greenwashing acumulam dois ou mais pecados simultaneamente, tornando a prática ainda mais nociva.
Setores com mais maquiagem verde
Produtos de limpeza
Alta ocorrência de promessas ambientais que escondem impactos reais, especialmente nos processos de fabricação e uso. Mais de 80% desses produtos contêm ao menos um pecado de greenwashing, sendo o “custo ambiental camuflado” o mais comum, seguido por “irrelevância”.
Eletroeletrônicos
Redução significativa na presença de selos oficiais. A maioria das alegações é autodeclaratória, com destaque para os pecados da “incerteza” e da “falta de prova”. Houve queda nos falsos rótulos, mas aumentaram as afirmações vagas.
Brinquedos e cosméticos
Os setores de brinquedos e cosméticos mostram avanços, já que houve um aumento consistente de certificações ambientais, reflexo de um público mais exigente por transparência e credibilidade. A categoria de brinquedos teve queda de 21 pontos percentuais na proporção de produtos com greenwashing, enquanto os cosméticos registraram crescimento de 14% em selos reconhecidos.
O consumidor brasileiro está atento
Os brasileiros não estão apenas ouvindo discursos sustentáveis – eles estão exigindo ação. Mais de 80% acreditam que podem influenciar o comportamento empresarial com suas escolhas de consumo.
Esse comportamento foi explorado com profundidade no artigo da Carbon Free Brasil: Consumidores estão direcionando seus gastos a produtos com alegações de ESG, que detalha como empresas alinhadas a valores ambientais ganham vantagem competitiva.
Além disso:
- 32% dos consumidores premiam empresas sustentáveis com elogios e compras;
- 22% punem marcas com boicotes e críticas;
- Houve crescimento nas atitudes de fiscalização: cada vez mais pessoas checam selos e buscam informações antes de comprar.
Esses dados revelam um consumidor mais crítico, que reconhece sua capacidade de influência e busca autenticidade.
Por que tão poucos produtos têm certificação confiável?
Apesar do crescimento das promessas verdes, o percentual de produtos com certificação confiável continua baixo. Isso revela um descompasso entre discurso e prática.
Segundo reportagem do Canaltech, muitas empresas adotam estratégias ambientais apenas para reforçar a imagem, sem comprovação real. Outro fator é a pouca oferta e divulgação de selos oficiais reconhecidos no Brasil, o que favorece autodeclarações sem respaldo.
Como sua empresa pode se destacar com responsabilidade climática
Empresas que desejam se afastar do greenwashing devem:
- Adotar métricas reais e auditáveis – Implementar um inventário de GEE estruturado e transparente.
- Utilizar certificações reconhecidas – Adotar selos como o Selo Carbon Free®, que garantem rastreabilidade e credibilidade.
- Conectar discurso e impacto – A Carbon Free Brasil utiliza o modelo de Cashback Ambiental, que transforma cada tonelada compensada em mais reflorestamento e engajamento direto com territórios.
Conclusão: o futuro pertence às marcas com rastreabilidade
Apesar do greenwashing ainda ser uma prática comum no mercado, ela está com os dias contados.
O futuro das marcas e a sua reputação no mercado não está apenas na comunicação, mas na transparência. É preciso medir, reduzir e compensar com responsabilidade a manutenção e aumento da credibilidade diante de consumidores cada vez mais exigentes e atentos.
A Carbon Free Brasil oferece um ecossistema de soluções sustentáveis para marcas que desejam sair do discurso e partir para a ação.