ESG: Construindo uma economia com estabilidade

O ESG tornou-se imprescindível, mas muitas empresas estão travadas nessa jornada.

Nos últimos anos, três letras passaram a definir o futuro dos negócios e da economia: ESG — sigla para Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança. Muito mais do que uma tendência corporativa, ESG tornou-se o pilar de uma nova economia, pautada na estabilidade de longo prazo, na responsabilidade coletiva e na resiliência diante de riscos climáticos e sociais cada vez mais evidentes.

Em um cenário de aquecimento global, crise climática e desigualdades sociais, não existe economia forte sem sustentabilidade. A construção de um ambiente econômico estável passa, inevitavelmente, pela incorporação de práticas ESG de forma estruturada, estratégica e verdadeira.

Por que ESG é essencial para uma economia resiliente?

O ESG está no centro das discussões sobre economia sustentável porque oferece um caminho concreto para mitigar riscos, fortalecer cadeias produtivas e atrair investimentos. Em outras palavras, empresas que priorizam ESG são mais resistentes a choques externos, geram mais confiança no mercado e constroem valor de forma duradoura.

A instabilidade ambiental já tem impacto direto e crescente sobre a economia. De acordo com o relatório “Brasil em Transformação”, a cada 0,1°C de aumento na temperatura global, os prejuízos causados por desastres climáticos ultrapassam R$ 5,6 bilhões. Um exemplo prático é a enchente histórica no Rio Grande do Sul em 2024, que causou perdas econômicas de quase R$ 90 bilhões, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) — o equivalente a quase 2% do PIB brasileiro.

Mas os impactos vão muito além das perdas materiais. Eventos climáticos extremos geram insegurança alimentar, colapso de cadeias produtivas e migrações forçadas. A ONU estima que até 2050, mais de 1 bilhão de pessoas poderão se tornar refugiadas climáticas. No Brasil, a agricultura já sofre com perdas na produção de grãos, mudanças nos ciclos de chuva e aumento na frequência de estiagens severas — fatores que pressionam o custo dos alimentos, afetam exportações e ameaçam diretamente a base econômica de diversos estados.

Esses exemplos demonstram com clareza: não se trata apenas de salvar o planeta — trata-se de proteger o sistema econômico que depende dele. ESG é, hoje, a única ferramenta capaz de guiar governos, empresas e investidores rumo a um modelo econômico preparado para o futuro.

ESG como estratégia de mercado e confiança para investidores

Empresas comprometidas com ESG apresentam menor risco financeiro e maior valorização de marca. Não à toa, fundos e investidores estão cada vez mais seletivos em relação aos critérios de sustentabilidade das companhias. Segundo uma pesquisa da EY, 99% dos investidores no Brasil já consideram o ESG no momento de investir.

Além disso, fornecedores, consumidores e parceiros de negócio estão cobrando mais responsabilidade socioambiental. Ou seja, empresas que não se adaptarem ao novo padrão do mercado correm o risco de ficar para trás. Como disse George Kell, criador do Pacto Global da ONU: “O investimento inteligente em ESG está destinado a se tornar o novo normal.

O Brasil e o protagonismo na agenda ESG global

Apesar dos desafios, o Brasil tem vantagens competitivas importantes na agenda ESG, especialmente em relação à matriz energética, composta por mais de 80% de fontes renováveis. Essa característica posiciona o país como uma potência verde em potencial, com capacidade de atrair investimentos internacionais voltados à transição energética.

Além disso, regulamentações e incentivos têm se multiplicado para apoiar empresas na implementação de práticas sustentáveis. Programas de compensação de carbono, incentivos fiscais para inovação ambiental e iniciativas como o Plano Clima do BNDES mostram que o Estado brasileiro começa a alinhar o discurso à prática.

Empresas como Natura, Suzano e Ambev são referências em ESG no Brasil. Elas têm demonstrado que é possível gerar valor econômico com impacto positivo, utilizando métricas ESG para orientar decisões estratégicas, investir em regeneração ambiental e fortalecer relações com comunidades.

Senso de urgência: o ESG como resposta às mudanças climáticas

O tempo para agir está se esgotando. A emergência climática exige respostas rápidas e estruturadas, e o setor privado tem um papel crucial nesse processo. As empresas não podem mais esperar por regulamentações: é hora de liderar transformações. ESG deixou de ser um diferencial — é pré-requisito para quem deseja prosperar em um futuro cada vez mais instável.

Implementar ESG de forma genuína é também uma questão de resiliência econômica. Quanto mais cedo uma empresa alinhar seu modelo de negócio aos princípios da sustentabilidade, maiores serão suas chances de se adaptar a um cenário de mudanças climáticas e demandas sociais crescentes.

Carbon Free Summit 2025: Descarbonização agora, o futuro não espera

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É nesse contexto que surge o Carbon Free Summit 2025, com o tema “Descarbonização agora: o futuro não espera”. O evento será um ponto de encontro estratégico para líderes empresariais, especialistas em sustentabilidade, investidores e formuladores de políticas públicas que entendem que a transformação não pode mais ser adiada.

Durante o Summit, serão debatidos os caminhos reais e imediatos para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono, além de cases inspiradores de empresas que já estão colhendo os frutos de uma agenda ESG sólida. O objetivo é claro: impulsionar ações concretas, conectar líderes e destravar o progresso das empresas brasileiras na direção de um futuro sustentável, competitivo e resiliente.

Conclusão

A estabilidade econômica do século XXI será verde, ética e inclusiva — ou simplesmente não será. O ESG não é apenas uma agenda de sustentabilidade, mas uma estratégia para proteger o presente e garantir o futuro dos negócios. O mundo mudou, e as empresas que desejam prosperar precisam mudar com ele.

Se você quer entender como sua empresa pode liderar essa transformação, continue acompanhando o blog da Carbon Free Brasil. E, claro, prepare-se para o Carbon Free Summit 2025 — porque o futuro não espera.

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Foto de Luiz Henrique Terhorst

Luiz Henrique Terhorst

Biólogo pela UFSC, com MBA em Economia e Gestão da Sustentabilidade pela UFRJ e especialização em Sustentabilidade Empresarial pela Universidade Bocconi, na Itália. É professor convidado das disciplinas de Gestão Ambiental e Gestão de Recursos Naturais no CTC/UFSC. Luiz possui vasta experiência em estratégias de descarbonização corporativa e na gestão da sustentabilidade de grandes projetos, ajudando empresas a integrarem práticas sustentáveis em suas operações.

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