Saiba o porquê – e como – calcular suas emissões de GEE

O fato de que é necessário reduzir as emissões de gases de efeito estufa no mundo todo é consolidado, nos últimos anos a temperatura global aumentou mais do que o esperado, e as previsões para os próximos anos não são boas. Dessa forma, cria-se a urgência de se mudar a forma como operamos e agimos principalmente em relação ao meio ambiente. Com isso, buscando reduzir os impactos no agravamento do efeito estufa, é necessário calcular as emissões, seja individual ou em larga escala, para neutralizar de forma eficiente as emissões na atmosfera.

 O que são emissões de GEE?

As emissões de gases de efeito estufa (GEE) referem-se à liberação de gases que prendem o calor na atmosfera, e intensificam o processo de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global, e consequentemente para as mudanças climáticas. Esses gases são emitidos majoritariamente por atividades humanas, e são: gás carbônico (CO2); metano (CH4); óxido nitroso (N2O); hexafluoreto de enxofre (SF6); hidrofluorcarbonetos (HFCs) e perfluorcarbonetos (PFCs). 

As emissões de GEE vêm de uma variedade de fontes, mas principalmente da queima de combustíveis fósseis para energia, transporte, agricultura e desmatamento por exemplo. Reduzir as emissões de GEE é um componente crítico para mitigar os efeitos das mudanças climáticas nos dias de hoje. 

Muitos países e empresas estabelecem objetivos para reduzir as emissões, a fim de limitar o aumento das temperaturas globais e diminuir os efeitos negativos das mudanças climáticas. Assim sendo, com o objetivo de quantificar essas emissões, e consequentemente neutralizar esses gases, é feito o cálculo das emissões de GEE. Após esse cálculo é feito o inventário de GEE para relatar as emissões de gases de efeito estufa produzidas por uma entidade específica durante um determinado período de tempo.

Por que fazer o cálculo de emissão GEE?

Calculando as emissões de GEE, é possível identificar as áreas das operações ou atividades que mais contribuem para as emissões gerais. Essas informações ajudam a priorizar as soluções para reduzir as emissões e aumentar a eficiência dependendo de qual a fonte ou o tipo de emissão. Por exemplo, caso as emissões de GEE estejam muito altas no escopo de consumo de energia elétrica, será possível quantificar e transformar isso em ações para economizar energia, e tornar o uso mais eficiente.

Além disso, após algum tempo fazendo o inventário de GEE, é possível estabelecer uma linha de base das emissões, e acompanhar o progresso ao longo do tempo para ver se estão aumentando ou diminuindo. Isso ajuda a avaliar a eficiência das estratégias de redução de emissões e ajustá-las conforme necessário. Também, dependendo do lugar, as empresas ou entidades são obrigadas a relatar suas emissões de GEE e/ou cumprir metas de redução de emissões, e o cálculo é a melhor ferramenta para esse objetivo.

Também é possível reduzir os custos de operações e de funcionamento através do inventário de GEE. Muitas estratégias de redução de emissões também podem resultar em economia de custos que também reduzem os impactos ambientais, como redução do consumo de energia ou mudança para fontes de energia renováveis. Tomar medidas para reduzir as emissões de GEE demonstra o compromisso da instituição com a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade social. Isso pode ser importante para construir uma reputação positiva entre as partes interessadas e atrair clientes que valorizam a sustentabilidade, e relatá-las publicamente demonstra responsabilidade e transparência.

Como fazer o cálculo de GEE?

Para calcular as emissões de gases de efeito estufa, e consequentemente fazer o inventário de GEE existem diferentes métodos disponíveis. O mais comum utilizado é o GHG Protocol (GHG significa Greenhouse Gases, e é a sigla em inglês para Gases de Efeito Estufa). Essa ferramenta é baseada nos estudos divulgados pelo IPCC (International Panel for Climate Change), referência internacional dos dados sobre mudanças climáticas. A GHG Protocol é atualizada anualmente em sua versão brasileira pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (Fundação Getúlio Vargas). A GHG Protocol possui credibilidade internacional e, por sua larga utilização e confiabilidade, é a ferramenta mais utilizada pelas empresas para o cálculo de GEE, inclusive sendo a de principal uso pelo Carbon Free. Já a elaboração do inventário é baseada na norma NBR ABNT ISO 14064-1.

O cálculo em si das emissões de GEE são normalmente feitos por meio de fatores de emissão. Esses fatores são coeficientes que relacionam a quantidade de um determinado gás de efeito estufa emitido a uma atividade ou processo específico como por exemplo quantos quilômetros um carro deslocou, e a consequente quantidade de CO2 emitido. Outro exemplo, é ser possível determinar a partir da quantidade de horas que um ar condicionado fica ligado, a quantidade de gás que é liberado (geralmente o gás R-22), e consequentemente o quanto esse gás contribui em emissões de GEE  utilizando a unidade de CO2 equivalente (quantidade equivalente de dióxido de carbono (CO2) que teria o mesmo efeito de aquecimento que o gás em questão).

A fórmula geral para calcular as emissões de GEE usando fatores de emissão é:

Emissões = Nível de atividade x Fator de emissão

Onde:

  • Emissões: a quantidade de gás de efeito estufa emitida (em unidades de CO2 equivalente, ou CO2e)
  • Nível de atividade: a atividade ou processo que resulta em emissões de GEE (por exemplo, dirigir um carro, queimar combustíveis fósseis)
  • Fator de emissão: o coeficiente que relaciona a quantidade de GEE emitida com o nível de atividade

 

 

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Voltando ao exemplo do deslocamento de um carro, para calcular as emissões de dióxido de carbono, é necessário saber o número de quilômetros percorridos e o fator de emissão de CO2 por quilômetro desse carro em questão. Multiplicam-se os dois valores para obter as emissões totais de CO2.

Conclusão

Com isso, além da forte motivação ambiental em tentar reduzir o aquecimento global e as mudanças climáticas, o cálculo de emissões de GEE, além de quantificar e organizar as bases de emissões de uma instituição, também contribui para questões econômicas, operacionais e sociais. Com o avanço da tecnologia e o aprimoramento de técnicas sustentáveis, a ideia de que perde-se produtividade ou dinheiro por iniciativas verdes já é ultrapassada, e quem não se adequar estará perdendo espaço. Reduzir as emissões de GEE é um problema de todos, que pode ser feito tanto individualmente quanto em larga escala de uma empresa, ou de um país.

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