Como é feito o cálculo de emissões com a metodologia da GHG Protocol

A medição e o cálculo das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) desempenham um papel fundamental na gestão ambiental das organizações. Para entender como isso é feito, é essencial mergulhar na metodologia da GHG Protocol. Este guia rápido fornecerá insights sobre como as emissões são quantificadas no Carbon Free Brasil com base nessa estrutura.

Definindo Limites Temporais e Organizacionais

 

A primeira etapa na elaboração de um inventário de emissões é a definição de limites temporais e organizacionais. Isso envolve estabelecer quais atividades serão incluídas nos três Escopos do Programa Brasileiro Greenhouse Gases Protocol (PBGHGP), determinando se o Escopo 3 será considerado e especificando o período de análise das emissões.

  • Limite Temporal: O período estipulado para o inventário de GEE de empresas é de 12 meses, mas pode variar para eventos ou obras de duração mais longa, desde que abordem o máximo de atividades do início ao fim destas.
  • Abordagens de Quantificação: A GHG Protocol utiliza duas abordagens principais: controle operacional e participação societária. O controle operacional inclui todas as emissões das operações sob o controle direto da empresa, enquanto a participação societária considera as emissões com base na participação da empresa nas ações desta. Ou seja, se uma empresa detém 50% das ações de um empreendimento, o inventário levará em conta apenas essa porcentagem das emissões.

Os Três Escopos da GHG Protocol

 

Na metodologia GHG Protocol, as emissões são classificadas em três Escopos distintos:

  • Escopo 1: Inclui emissões diretas de GEE pertencentes ou controladas pela organização, como consumo de combustíveis, uso da frota própria da empresa, recargas de extintores e aparelhos de ar condicionado e refrigeração, por exemplo;
  • Escopo 2: Engloba emissões indiretas resultantes do consumo de energia, incluindo a aquisição de energia elétrica e perdas energéticas. É toda a energia utilizada, sendo esta vinda do Sistema Interligado Nacional do Brasil ou comprada no Mercado Livre;
  • Escopo 3: Uma categoria opcional que aborda emissões indiretas adicionais resultantes das atividades da empresa, mas que não estão sob seu controle direto, como transportes terceirizados, viagens aéreas, geração de lixo e esgoto, dentre muitos outros. Na maioria das vezes, esse Escopo é o que mais gera emissões em empresas de pequeno e médio porte.

Outros Limites Operacionais Relevantes:

 

Além dos Escopos, é importante destacar outros limites operacionais que não se enquadram nos grupos principais, mas são reportados separadamente devido à sua relevância:

  • Emissões por Biomassa: São relatadas apenas para fins informativos, pois não contribuem para o efeito estufa devido ao ciclo natural de carbono.
  • Gases Não-Quioto: Emissões de GEE que não estão contemplados pelo Protocolo de Quioto, mas que podem ser comunicadas em separado nos inventários.

Métrica de Potencial de Aquecimento Global (GWP):

 

Cada GEE contribui de forma diferente para o aquecimento global devido às suas composições moleculares únicas. Para comparar essas contribuições, utiliza-se o Potencial de Aquecimento Global (GWP), que mede o impacto relativo de cada GEE em relação ao dióxido de carbono (CO2). Isso é expresso em CO2 equivalente (CO2eq). Da mesma forma que ocorre um câmbio de moedas, em que 1 dólar americano vale em torno de 5 reais, uma tonelada de metano (CH4), com seu GWP de 28, equivale a 28 toneladas de CO2.

 

Fórmula de Cálculo de Emissões:

 

O cálculo das emissões envolve três parâmetros: Dado de entrada, fator de emissão e GWP. A fórmula básica é a seguinte:

 

Emissão = (Dado * Fator de Emissão * GWP)

 

  • Dado: Representa valores numéricos relacionados às atividades a serem inventariadas, como consumo de energia ou distância percorrida;
  • Fator de Emissão: É o valor de conversão da fonte de energia para emissões de GEE. Alguns exemplos são a quantidade de CO2e emitida na queima de 1 litro de combustível, ou em 1 Km percorrido por determinado veículo;
  • GWP: Refere-se ao Potencial de Aquecimento Global do GEE emitido.

Gerenciando Incertezas

 

O cálculo de emissões pode apresentar incertezas devido a vários fatores, incluindo dados imprecisos, erros de cálculo e de digitação dos dados de entrada, incertezas científicas e estimativas. A GHG Protocol permite a inclusão opcional dessas incertezas nos inventários e o Carbon Free Brasil, ciente dessas incertezas ao longo do processo, conta com uma Equipe de Sustentabilidade que realiza uma revisão minuciosa dos cálculos em busca de trazer os resultados mais próximos da realidade possível.

 

Conclusão

 

Entender a metodologia da GHG Protocol é crucial para que as organizações possam medir e relatar suas emissões de GEE de maneira precisa e transparente. O uso de dados confiáveis, fatores de emissão atualizados e consideração cuidadosa das incertezas contribui para relatórios ambientais mais robustos e eficazes.

Este guia rápido fornece uma visão geral do processo, mas a implementação prática pode ser complexa e requer a colaboração de equipes especializadas. Investir na gestão das emissões de GEE é um passo essencial em direção a um futuro mais sustentável e responsável ambientalmente.

 

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