O setor de construção civil possui uma relevante participação nas emissões de gases estufa globalmente, tendo emitido aproximadamente 10 Gt de CO2 equivalente em 2019, ou seja, cerca de 10 bilhões de toneladas de carbono nesse ano segundo a Aliança Global para Edifícios e Construção (GlobalABC). A dependência de uma extensa frota de veículos para transportes, maquinários que requerem grandes quantidades de energia para mover grandes cargas e de um volume ainda maior de recursos fabricados em processos altamente poluentes são fatores que corroboram para essa ordem de grandeza de emissões. Dito isso, cobranças de clientes, investidores e outros stakeholders sobre a sustentabilidade das operações estão catalisando um engajamento da parte das construtoras, e a Galli Investimentos e Participações não está de fora dessa correnteza. Entenda neste post como a Galli está fazendo parte de um grupo de pioneiros em ESG na construção civil com ajuda do Carbon Free Brasil.
Exemplo de construção estratégica
A Galli está realizando o inventário de algumas de suas obras com o Carbon Free Brasil, sendo a principal delas a Extension Berrini, um condomínio de apartamentos de 1 ou 2 quartos localizado próximo do polo gastronômico Terraço Chucri Zaidan, na Vila São Francisco. Além dele, há uma diversidade de edifícios comerciais pelas proximidades, além de diversas alternativas de serviços para os moradores poderem usufruir, e tudo a uma distância estratégica, próximo a ciclovias que conectam o condomínio às principais avenidas de São Paulo e estações de metrô e trem, de forma a contribuir para a diminuição da frota de veículos e do trânsito pelos arredores e, consequentemente, de uma fração das emissões urbanas.
Inventariar as emissões é o primeiro passo
Realizar o inventário de GEE é um passo muito importante para se começar a adotar medidas para tanto reduzir quanto compensar emissões geradas pelas atividades de uma empresa. Em uma obra, isso não é diferente. Como já foi dito, o setor de construção civil é composto por atividades que são consideravelmente dependentes de combustíveis fósseis, como transportes, máquinas e matérias primas. O inventário é realizado a partir da coleta de informações de todas as potenciais fontes de emissão, como consumo de combustível, geração de resíduos, deslocamentos de colaboradores e produtos, dentre outros. A partir desses dados, é feito um cálculo que converte de maneira específica cada um desses impactos para termos de emissões de CO2 equivalente, a métrica utilizada para determinar um valor único para os diversos tipos de GEE emitidos pelas atividades humanas, com potenciais de aquecimento global diferentes entre si.
Ter a capacidade de identificar quais foram as principais atividades, bem como quais foram as etapas da obra onde mais se emitiu, é um aprendizado de suma importância para adotar medidas preventivas nos empreendimentos futuros e planejar formas de se reduzir emissões, sem que a construção perca sua viabilidade econômica.
O inventário também esclarece qual foi o impacto gerado no ambiente pela construção por meio do valor final em toneladas de CO2eq. Com esse valor em mãos, é possível calcular o investimento necessário para realizar a compensação dessas emissões, seja ela por meio de reflorestamento de áreas degradadas ou pela compra de créditos de carbono. Os créditos de carbono são uma forma de se contabilizar toneladas de CO2eq que não foram emitidas em razão da existência de algum projeto de cunho ambiental, como uma usina hidrelétrica ou de outro tipo de energia mais limpa, que emite menos GEE que uma termoelétrica emitiria produzindo a mesma quantidade de energia. A diferença entre as emissões nesses dois cenários proporciona o total gerado em créditos pelo projeto. Além disso, projetos de geração de créditos possuem impactos positivos não só na esfera ambiental, mas na social também. Certos projetos geram mais oportunidades de emprego para comunidades próximas e melhoram a qualidade de vida da população. A Galli, ao optar pela compensação pelos créditos de carbono, está não somente auxiliando no financiamento de um projeto para que ele continue existindo, como também está colaborando para impactar positivamente a vida de mais pessoas que não necessariamente se encontram próximas aos locais de suas obras.
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Transição para materiais sustentáveis
Materiais de construção como cimento, concreto e aço são grandes poluidores, principalmente durante sua fabricação, podendo gerar de mais da metade até quase o triplo da quantidade de Kg produzida em Kg de CO2 equivalente. Considerando que o concreto é o segundo produto mais consumido na economia global, superado apenas pela água, é importante buscar meios de se produzir e utilizar um produto que gere menos emissões, de modo a sempre reduzir os impactos das obras.
Tendo isso em foco, a obra do Extension Berrini também conta com o uso do concreto SPECTRA, um tipo de concreto com maior vida útil e capaz de ser aplicado em todas as etapas da obra, quando normalmente certas estruturas necessitam de tipos de concreto com diferentes propriedades e que, por consequência, possuem maior potencial de emissões. O SPECTRA, pelo contrário, é capaz de reduzir em aproximadamente 16% das emissões geradas pelos concretos convencionais, e graças ao seu uso, a obra da Extension Berrini desde o seu início já conseguiu evitar a emissão de aproximadamente 71 toneladas de CO2 equivalente, o que é o mesmo que uma frota de 44 carros percorrendo anualmente 13 mil km cada um! Para compensar essa mesma quantidade por meio de um plantio, seria necessário plantar 237 árvores!
Preocupação com sustentabilidade para transformar o mercado
Apesar de atuar no setor de construção civil, que gera grandes emissões de carbono e é muito cobrado pelo impacto que gera, a Galli Investimentos e Participações mostra que é possível atuar diminuindo os impactos de sua operação. O pioneirismo e iniciativa da empresa mostra que é possível dar passos rumo a um mundo mais sustentável, mesmo nos setores mais desafiadores.