Não é novidade que as atividades humanas vêm impactando os ecossistemas ao redor do mundo, e que esse impacto se intensificou nas últimas décadas. Vivemos um período de emergência climática e é necessário que algo seja feito para evitar consequências ainda mais graves do que as que já podemos observar nos dias atuais.
Mas já faz algum tempo que as preocupações em relação às mudanças do clima têm tomado espaço em discussões, acordos e eventos. Em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro e ficou conhecida como ECO-92, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou a Convenção Quadro das Nações Unidas contras as Mudanças Climáticas (UNFCCC, sigla em inglês). Através dessa convenção, as nações concordaram em “estabilizar as concentrações de gases na atmosfera para evitar interferências perigosas da atividade humana no sistema climático”.
Desde 1994, as nações vêm se reunindo anualmente para as chamadas COPs (Conferência entre Partes) para debater sobre as mudanças climáticas, propor soluções e traçar estratégias. Como resultado desses eventos, em 1997 foi criado o Protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas de redução de emissões para os países desenvolvidos. O Protocolo de Kyoto foi assinado por diversos países (inclusive o Brasil) na cidade de Kyoto, no Japão, que deu origem ao seu nome. E foi nesse contexto que surgiram os créditos de carbono.
O que são os créditos de carbono?
É possível que você já tenha ouvido falar dos famosos créditos de carbono. Mas afinal, o que eles são? Os créditos de carbono representam a não emissão ou remoção de gases de efeito estufa (GEE) da atmosfera. Deste modo, um crédito de carbono corresponde a uma tonelada de GEE que deixou de ser emitida ou foi removida da atmosfera.
Os créditos de carbono surgiram com base no Protocolo de Kyoto, como uma forma de auxiliar os países desenvolvidos a cumprirem suas metas. Diversos organismos internacionais atuam como padrões na geração de créditos de carbono, e os mais conhecidos no Brasil são o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL ou CDM, na sigla em inglês) e o Verified Carbon Standard (VCS). A geração de créditos de carbono ocorre por meio da elaboração de projetos que reduzem, evitam ou removem as emissões de GEE da atmosfera, e além da contribuição para combater as mudanças climáticas, também estimulam outros benefícios socioambientais, como a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento socioeconômico de diversas regiões do planeta.
Os projetos passam por um rigoroso processo de verificação e monitoramento até serem certificados. Os créditos de carbono também recebem um número de série, e quando é comprado por uma empresa, ele é “aposentado” em um registro público e não poderá mais ser utilizado. Isso garante confiabilidade e segurança em todo o processo e transações.
Existem diversos tipos de projetos capazes de gerar créditos de carbono que vão desde substituição de combustíveis fósseis a projetos de geração de energia renovável e manutenção de áreas florestais. O Carbon Free apoia projetos de crédito de carbono de todos os exemplos citados acima.