Todos os combustíveis, por mais “limpos” que sejam, sempre geram algum tipo de emissões após sua queima. Mas por que existem combustíveis “mais poluentes” que outros? O que muda em cada combustível para que sua queima lance mais ou menos gases estufa na atmosfera? Entenda melhor neste artigo!
Combustíveis Fósseis
Combustíveis fósseis são aqueles que tiveram sua formação iniciada há milhões de anos, resultantes da decomposição e compactação da matéria orgânica vegetal e animal. Devido a esse tempo extremamente longo de formação, são considerados recursos não renováveis. Os combustíveis mais famosos desse grupo são o carvão vegetal, o gás natural e os derivados do petróleo, como óleo diesel e gasolina. O gás estufa mais emitido por eles é o CO2, mas em casos onde a queima do combustível não é completa, ou seja, quando não há gás oxigênio o suficiente para todas as reações possíveis ocorrerem, são emitidos gases como CO e CH4, que são tanto extremamente tóxicos para a saúde das pessoas e outros seres vivos quanto ainda mais agravantes para o efeito estufa. Além disso, esses combustíveis não são encontrados em sua forma mais pura na natureza, eles são acompanhados de diversos tipos de “impurezas”, como moléculas que contêm enxofre(S) e nitrogênio(N), que quando queimadas geram os óxidos SOX(SO, SO2 ou SO3) e NOX(NO, NO2 ou NO3). Por isso, dependendo da forma que é processado o tipo de combustível fóssil, ele pode ser mais ou menos puro, ter um rendimento melhor ou pior, mas ainda assim vai contribuir mais que os combustíveis que serão discutidos a seguir.
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Combustíveis Renováveis
Diferente dos combustíveis fósseis, estes são provenientes de fontes que possuem formas de serem renovadas, muitas delas sendo vegetais, como por exemplo o Etanol da cana-de-açúcar e o Biodiesel, produzido normalmente a partir de óleos vegetais como de girassol ou milho. Também existem combustíveis a partir da queima direta de biomassa, que inclui qualquer tipo de vegetação e árvore, lixo orgânico, resíduos agroindustriais e dejetos de animais. De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2020 (que usa 2019 como ano base), 18% da oferta interna de energia é oriunda de biomassa de cana, 8,7% de lenha e carvão vegetal e mais 7% de outras fontes renováveis, que inclui lixívia, biodiesel e outras biomassas, como casca de arroz, capim-elefante e óleos vegetais. Por virem de fontes renováveis, consequentemente os combustíveis renováveis tendem a ser mais limpos, embora não tenham sempre o mesmo rendimento que os combustíveis fósseis, como é o caso do etanol, que por evaporar muito rápido(altamente volátil), é consumido em menos tempo.
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Emissões “ocultas”
Existem fontes de energia que em um primeiro momento parecem não serem fontes de qualquer emissão, mas emissões não são exclusivas de processos de queima diretamente relacionados à fonte de energia, tanto a etapa de produção da aparelhagem necessária para gerar a energia limpa quanto a etapa de operação podem ser responsáveis por emissões. Alguns exemplos disso são usinas hidrelétricas, que embora não tenham nenhum processo de queima para a geração de energia, corroboram para emissões de metano, provenientes de matéria orgânica em decomposição no fundo dos reservatórios que inundam uma vasta área. Além disso, existe o caso de energia solar e eólica, cujas emissões indiretas encontram-se na fabricação de suas peças.
Existe algum “meio termo”?
É inegável que, apesar de não totalmente “verdes”, as energias renováveis são muito menos agressivas ao meio ambiente que as não renováveis. Por isso, é de extrema importância buscar não somente a redução do consumo de combustíveis fósseis individualmente, como se engajar para exigir de governos e empresas o cumprimento das suas respectivas responsabilidades ambientais, além de investimentos em novas tecnologias que irão gerar combustíveis mais eficientes e cada vez menos dependentes de fontes fósseis.