A Conferência das Partes (COP) é o principal encontro global voltado para a discussão das mudanças climáticas, organizado anualmente pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Desde sua primeira edição, em 1995, na Alemanha, a COP se consolidou como o fórum onde líderes globais, cientistas, empresas e sociedade civil se reúnem para negociar e implementar ações contra o aquecimento global.
O objetivo principal da COP é garantir a implementação dos compromissos assumidos no Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. A cada edição, novos compromissos são estabelecidos, incluindo metas de redução de emissões, financiamentos para adaptação climática e iniciativas de preservação ambiental.
Histórico das COPs e principais avanços
- COP21 (2015, Paris): Um marco histórico, onde o Acordo de Paris foi adotado, estabelecendo metas universais para limitar o aquecimento global.
- COP26 (2021, Glasgow): Avanço no financiamento climático, embora tenha sido criticada por falta de medidas concretas para eliminar gradualmente o uso de combustíveis fósseis.
- COP27 (2022, Sharm El-Sheikh): Foco em perdas e danos, resultando na criação de um fundo dedicado a ajudar países vulneráveis aos impactos climáticos.
- COP29 (2024, Baku, Azerbaijão): Esta edição destacou a importância da transição energética em um país historicamente associado ao petróleo. Houve avanços no Global Stocktake (balanço global do progresso climático), mas os debates sobre financiamento climático e redução de emissões continuaram polarizados.
O contexto da COP29 em Baku, Azerbaijão
Realizada entre 11 e 24 de novembro de 2024, em Baku, a COP29 foi crucial para a revisão do progresso global na implementação do Acordo de Paris, especialmente por meio do Global Stocktake. A conferência abordou uma série de tópicos que continuarão a guiar as negociações climáticas nos próximos anos:
- Financiamento Climático: A questão do financiamento para a adaptação às mudanças climáticas e o apoio aos países em desenvolvimento foi um dos pontos centrais. Apesar dos esforços para alcançar os US$ 100 bilhões anuais prometidos, muitos países em desenvolvimento ainda enfrentam dificuldades de acesso a recursos adequados para se adaptar aos impactos das mudanças climáticas.
- Transição Energética: Em um país tradicionalmente ligado à produção de petróleo, o foco foi a necessidade de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e investir em energias renováveis. A tecnologia limpa foi reconhecida como uma das maiores alavancas para alcançar os objetivos climáticos globais.
- Transferência de Tecnologia e Implementação de Soluções: A COP29 discutiu o futuro do Programa Estratégico de Poznan (PSP), criado para facilitar a transferência de tecnologias ambientalmente corretas para países em desenvolvimento. A expectativa é que o Programa de Implementação de Tecnologia (TIP), que dará continuidade a esses esforços, seja oficialmente estruturado na próxima conferência (COP30).
- Artigo 6 e Mecanismos de Mercado: O debate sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris, que trata de mercados de carbono e mecanismos de mitigação de emissões, ainda gerou divergências entre países, principalmente sobre a transparência e governança dos créditos de carbono e a dupla contabilização.
- Perdas e Danos: A criação do Fundo de Perdas e Danos e a escolha das Filipinas como sede do conselho de governança foram um avanço importante, mas a operacionalização desse fundo ainda enfrenta desafios, especialmente quanto à distribuição de recursos e o acesso de países mais vulneráveis.
COP30: Belém e a Amazônia no centro do debate
A próxima COP, a ser realizada em Belém, Brasil, em 2025, terá foco especial na preservação da Amazônia, considerada um elemento essencial no equilíbrio climático global. A escolha do local reflete a importância do bioma amazônico na regulação do clima, além de dar destaque à liderança do Brasil em pautas ambientais.
Entre os temas esperados na COP30 estão:
- Conservação de Florestas Tropicais: Incentivos financeiros para manter florestas em pé.
- Bioeconomia: Valorização de recursos naturais da Amazônia de forma sustentável.
- Justiça Climática: Garantir que comunidades indígenas e locais sejam incluídas nos debates e decisões.
Por que as COPs são relevantes para gestores?
Para líderes empresariais e gestores, as COPs representam oportunidades e desafios estratégicos:
Regulamentação e Compliance: As decisões tomadas nas COPs frequentemente influenciam legislações nacionais e internacionais.
Inovação Sustentável: Adotar práticas que reduzem emissões pode gerar vantagem competitiva e atrair investidores.
Responsabilidade Corporativa: Empresas com compromissos ambientais claros tendem a melhorar sua reputação e a fidelidade dos consumidores.
Como as empresas podem se preparar?
Mapeie Suas Emissões: Realize inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) para entender sua pegada de carbono.
Invista em Compensação: Participe de projetos de créditos de carbono e reflorestamento.
Integre Sustentabilidade ao Planejamento: Adote metas baseadas na ciência e desenvolva estratégias alinhadas às exigências regulatórias.
Seja parceiro de iniciativas sustentáveis: Empresas como a Carbon Free Brasil oferecem soluções de compensação de carbono e apoio em projetos de restauração florestal, ajudando organizações a atingir suas metas climáticas e a obter o selo Carbon Free.
Conclusão
As COPs desempenham um papel central na luta contra a mudança climática, definindo o rumo de políticas e ações globais. Desde o histórico Acordo de Paris até os desafios mais recentes abordados na COP29, essas conferências são cruciais para impulsionar a transição para um futuro mais sustentável. A próxima edição em Belém será uma oportunidade única para colocar a Amazônia no centro das decisões climáticas e reforçar a relevância do Brasil no cenário ambiental global.
Seja você gestor ou líder empresarial, entender e se alinhar às metas e debates das COPs pode transformar sua estratégia, beneficiando o planeta e seu negócio.