Autora: Débora Glienke
A Dinamarca está lançando uma nova política ambiental que terá um impacto significativo sobre os produtores de leite e carne. A partir de 2030, será implementado um imposto sobre as emissões de carbono de 300 coroas dinamarquesas (aproximadamente R$236) por tonelada de CO2, o que equivale a cerca de R$530 por vaca anualmente. Em 2035, a taxa será elevada para 750 coroas (aproximadamente R$592) por tonelada de CO2.
Essa medida faz parte de um esforço mais amplo do governo dinamarquês para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas à pecuária, que é uma importante fonte de metano e outros gases nocivos ao clima.
Denominada “climate tax” (imposto do clima), a nova política visa compensar as emissões de carbono da agricultura e promover uma transição para práticas mais sustentáveis. A introdução desse imposto está alinhada com a estratégia nacional da Dinamarca de reduzir em 70% as emissões de GEE até 2030, em comparação com os níveis de 1990.
Além da taxa, o governo oferecerá incentivos para que os agricultores adotem práticas mais eficientes em termos de carbono. Um desses incentivos é a redução de 60% do valor do imposto, resultando em uma cobrança efetiva de 120 coroas (cerca de R$94) por tonelada de emissões de pecuária por ano. Esses incentivos são projetados para encorajar os produtores a investir em tecnologias e métodos que reduzam seu impacto ambiental, oferecendo uma vantagem competitiva para aqueles que se dedicam a práticas mais sustentáveis.
Os recursos gerados pela taxa serão reinvestidos no setor agrícola em iniciativas verdes, tecnologia climática e transformação da produção, com um foco especial nos segmentos que enfrentam maiores desafios na transição.
Reconhecida por seu compromisso com a sustentabilidade, a Dinamarca está na vanguarda da implementação de políticas inovadoras para enfrentar as mudanças climáticas. A introdução dessa taxa reflete uma tendência global crescente de responsabilizar setores específicos por suas emissões e destaca a importância das políticas econômicas na promoção da sustentabilidade ambiental.
Com esta medida, o país espera não apenas reduzir suas emissões de carbono, mas também estabelecer um modelo para outros países, demonstrando como a combinação de incentivos e penalidades pode ser uma ferramenta eficaz na luta contra as mudanças climáticas e na promoção de uma agricultura mais verde!